terça-feira, 13 de julho de 2010

SOLIDÃO - REJEIÇÃO

Por Solange Rosser



EXPERIÊNCIA FAMILIAR COM SOLIDÃO, REJEIÇÃO E PRIVACIDADE AFETA UNIÃO







no momento em que as pessoas casam, levam para o relacionamento experiências emocionais arraigadas desde a época da infancia que determinam o seu modo de modo de reagir ás situações.


é importante que se tenha consciencia desse fato para poder compreender melhor o outro e procurar negociar com ele formas de convivencia menos conflituosas e mais prazerosas




Todos aprendemos a lidar com questões relacionais básicas em nossa familia de origem. Essas aprendizagens ficam inseridas no funcionamento de cada pessoa, ainda que ela tenha pouca ou nenhuma consciencia disso. Na vida adulta, quando se iniciam os relacionamentos afetivos e conjugais, tudo aquilo que ficou gravado no intimo dos parceiros reaparece na forma de comportamentos, desejos e sofrimentos.
E o caso das emoções e experiências relacionadas ao manejo da privacidade, solidão e da rejeição.



mesmo sabendo que não existe um jeito correto de administrar esses sentimentos, cada um dos envolvidos reage a eles da maneira aprendida na infância como se fosse a melhor - e sofre ou se queixa quando o parceiro tem outra forma de reagir.

Na maioria das familias não é comum ensinar as crianças que rejeição e um aspecto relacional inevitável e importante, mas sempre uma coisa ruim, que machuca, e portanto deve ser evitada.

O resultado é que elas chegam á vida adulta corn muito receio de serem rejeitadas e de rejeitar. Se tivessem aprendido que esses sentimentos são naturais, que são até mesmo um direito relacional, e não encobrern maldade, safadeza ou desamor, teriam mais chance de se relacionar amorosamente sem tanto receio de serem tomadas por eles. Quando fossem rejeitadas saberiam quc naquele momento o outro estava apenas querendo ficar so, dedicar-se a alguma atividade. E, quando elas mesmas não estivessem disponiveis.

Explicitariam seu desejo com sinceridade, com afeto e sem culpa.
Rejeitar e ser rejeitado seriam so mais alguns aspectos da relação, que poderiam ser discutidos abertamente.
A maneira de encarar a solidão também depende do que foi aprendido no funcionamento da familia, além, claro, da personalidade e das caracteristicas de cada individuo. Se os parceiros aprenderam que ficar só é uma forma de se fortalecer e se reorganizar, vão levar isso para a relação. Haverá, então, momentos de isolamento de cada um e isso não representara risco. Ao contrário. As pausas na convivencia poderão ser usadas para avaliações da relação e da forma como se desevolve. Agora, se a necessidade de ficar só for de apenas um dos parceiros e trouxer fantasmas negativos de solidão, de rejeição e de abandon para o outro, este poderá sofrer, pois não compreenderá o desejo de sua cara-metade e terá dificuldade de fazer bom uso da própria solidão e recoihimento. Da mesma forma, a necessidade de privacidade pode acabar se tornando um problema pare o casal. Se o costume é dividir tudo, saber tudo do outro, o conflito pode surgir se um dos dois colocar algum limite nesse padrão. A intimidade que se tem ao virar casal é um elemento importante para experiências prazerosas, mas precisa ser permeada pelo respeito a privacidade. A invasão dela pode passar pela leitura de e-mails do outro, pelo controle do celular, por perguntas insistentes sobre o uso do tempo, enfim. pela necessidade constantes de saber mais e mais sobre tudo que o parceiro faz, pensa ou conversa. A consciência de que cada um pode ter desejos e necessidades diferentes aspectos abordados aqui e fundamental para que um casal negocie formas de aproveitar melhor as chances que tiver para aprofundar a relação e se sentir melhor no convivio mútuo.



Solange Russet, psicóloga e terapeuta relacional

Nenhum comentário:

Postar um comentário